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ADOLESCENTE SOBREVIVENTE DA VILA FERREIRA ENTRA EM PROGRAMA DE PROTEÇÃO



Após avaliação do caso por técnicos da Secretaria de Justiça, jovem pode ser transferido de estado e ter mudança de identidade 

O rapaz de 16 anos sobrevivente da suposta tentativa de execução por policiais militares na Vila Ferreira, em São Bernardo, na madrugada de 13 de julho, conseguiu entrar no PPCAAM/SP (Programa de Proteção à Crianças e Adolescentes Ameaçadas de Morte de São Paulo), coordenado pela Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania. O jovem teria presenciado as execuções dos amigos de 17 e 18 anos. Os policiais dizem que houve troca de tiros.

O jovem sobrevivente recebeu alta hospitalar na segunda-feira (28/07). A princípio, o rapaz sairia do Hospital Anchieta, em São Bernardo, diretamente para internação na Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente), acusado de receptação, porque estava em um carro roubado, e por tentativa de homícidio contra os policiais, uma vez que na versão dos PMs houve troca de tiros. 

“Mas no dia da alta médica o Conselho Tutelar recebeu o retorno da Secretaria da Justiça de que o jovem seria incluso no programa de proteção”, explicou o conselheiro tutelar de São Bernardo, Leonardo Duarte. O pedido de inclusão do adolescente ao programa de proteção foi feito pelo Conselho Tutelar de São Bernardo e endossado pelo membro do Condeca (Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente) Ariel de Castro Alves. 

Agilizado - “Em geral, os pedidos de proteção encaminhados pelo Conselho Tutelar têm certa morosidade. O pedido do Ariel fez com que o caso fosse atendido rapidamente”, afirmou Duarte. Apenas o Conselho Tutelar, Poder Judiciário ou Ministério Público podem solicitar a inclusão de crianças ou adolescentes no programa de proteção.

Equipe vai avaliar medidas a serem adotadas
Após receber o caso, uma equipe técnica irá avaliar a dimensão da ameaça de morte ao jovem de 16 anos para que assim decida quais ações serão necessárias. Na avaliação do conselheiro tutelar, que já acompanhou outros casos semelhantes, o adolescente deverá  ser transferido de estado e ter a identidade trocada por se tratar de um caso grave. “A família terá de aderir às medidas propostas pelo programa”, esclareceu Leonardo Duarte. 

A duração do programa é de até um ano, podendo ser prorrogada. Após a inclusão, o protegido e os familiares terão de observar determinadas regras, sob pena de exclusão. O programa também realiza a transferência escolar, o acompanhamento médico, psicológico, jurídico e concede escoltas para deslocamentos, quando necessário.
 “Agora  o próprio advogado do PPCAAM também vai questionar o juiz sobre a tentativa de homicídio aos policiais e a receptação de roubo da qual o jovem é acusado”, esclareceu Duarte.

Para sobreviver, jovem se fingiu de morto 
Em conversa com o membro do Condeca (Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente) Ariel de Castro Alves, quando estava internado, o sobrevivente narrou os momentos de terror daquela madrugada de 13 de julho. Após ver os dois amigos morrerem com tiros na cabeça e ser baleado, o rapaz afirmou que se fingiu de morto para sobreviver. Até o momento, o depoimento do jovem não foi oficialmente colhido. O caso também segue no Ministério Público. 

Conforme informações do sobrevivente, o trio estava na rua Um da Vila Ferreira, por volta das 2h de 13 de julho, ouvindo funk com outros jovens quando ficaram sabendo que viaturas da polícia se aproximavam para dispersar o encontro. Os três entraram em um Peugeot 206 preto, que havia sido emprestado por um colega. O carro era roubado, mas o crime não foi cometido pelos meninos, tanto que a dona do carro não os reconheceu. O veículo seguia em direção às casas dos adolescentes, quando uma viatura da Força Tática iniciou perseguição. 

O rapaz diz que não pararam temendo ser mortos. A ideia era estacionar em frente à Emeb Florestan Fernandes, onde há câmera de segurança, monitorada pela Guarda Civil de São Bernardo. O sobrevivente ainda assegura que o trio não portava armas de fogo. Ao parar o veículo, os meninos imploraram para não ser mortos, de acordo com o relato do adolescente, mas a polícia teria respondido com tiros. Os PMs garantem que os meninos estavam armados e que houve troca de tiros. 

Por: Claudia Mayara  (mayara@abcdmaior.com.br)

Fonte: http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=60840

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